emoções.

É incrível como nos contentamos com tão pouco. Como coisas tão limitadas nos podem trazer a felicidade! Uma falsa felicidade! Ilusória diria. Uma felicidade a curto prazo porque é tudo tão fugaz que amanhã já perderá o efeito. Como é que uma foto no instragram, um iphone ou uma peça de roupa tem tanto poder, capaz de nos mudar o humor de um dia?

Quando foi a última vez que te viste? Sim. Ver. Quando foi a última vez que te deitaste, não para dormir, mas para refletires em que ponto de ebulição se encontra a tua vida? Quando foi a última vez que paraste o teu mundo por minutos, sem aquele receio de enfrentar as tuas inseguranças? Quando? Quando foi a última vez que ouviste aquela música, não com os ouvidos, mas com o coração? Quando foi a última vez que olhaste no fundo dos olhos de alguém, sem desviar o olhar e falaste, sem voz, o que sentias? Quando foi a última vez que te sentiste tão feliz, que controlar as tuas expressões se tormou uma tarefa impossível?

Não é mais que ruído. Ruído sonoro, ruido visual, ruído material. Não sei se este ultimo conceito existe, mas invariavelmente me pergunto como é que nos permitimos viver limitando as emoções, mesmo que inconscientemente! Preferimos o chat ao toque, preferimos uma rede social ao olhar, preferimos dar um bem material a beijar!

É tudo tão vago, tão vazio, quando tudo pode ser tão intenso. Ir, ver, tocar, sentir… viver! Haverá algo melhor que viver emoções? Destas que nos podem fazer felizes para sempre. Não têm garantias, mas também não vêm com prazos de validade, 30 dias de troca ou devolução e muito menos há o risco da bateria terminar!

As emoções ficam registadas para sempre na nossa vida. Ficam na memória, ficam na nossa pele, ficam no nosso coração. Tornam-se parte da nossa identidade!

O resto não. As fotos vão se perdendo, o iphone fica na gaveta e a roupa acaba no lixo.

É mesmo isto que pretendemos para a nossa vida?